Bem-Estar, Destaque, Sustentabilidade

Agenda 2030: Reduzir, reutilizar e reciclar – exercícios fundamentais à nova cidadania

Por Claudia Girotti | Publicado em 7 de julho de 2020

Na semana passada participei de um webinar internacional que discutia como os diferentes aspectos sociais e culturais impactam no sucesso dos projetos de economia circular.

A aceitação do consumidor é um limite para as empresas, no sentido que são um risco de oferta para o lançamento de novos produtos que usam materiais reciclados ou propõem serviços que dependam do entendimento do consumidor que trazer materiais de volta para a cadeia de produção é um trabalho tão valoroso quanto o trabalho de logística que distribui a produção para o mercado.

Por que a ideia de “Segunda mão” tem menos valor quando subjetivamente construímos o valor do sentimento de pertencimento? Por que o material usado não tem o mesmo valor do material virgem? Bem, as feministas de plantão podem usar a construção da narrativa religiosa do patriarcado para tentar responder a essa questão (mas é só uma digressão do assunto principal: A mudança na nossa configuração mental, como consumidoras, que precisa ser atualizada na versão “Nova Humanidade 20.20”).

Esta mudança acelerará movimentos mais inertes, pesados, para que as empresas e instituições empreendam esforços para criar novas ofertas que considerem as novas questões sociais aprendidas a fórceps.

A velha pergunta “quem vem primeiro, o ovo ou a galinha?”. Ou, num contexto mais mercadológico de economia liberal: “Tostines é fresquinho porque vende mais, ou vende mais porque é fresquinho?”

Vamos esperar abrirem nossas mentes ou abriremos nossas mentes, de forma pragmática, às questões sociais, ambientais que estamos vivendo, incluindo pandemia, plásticos no oceano, racismo, desigualdades sociais e infraestrutura básica? Todos os problemas terminam por configurarem-se em problemas econômicos que desconsideram as subjetividades do ser humano.

Dizem por aí que o “lixo é um erro de design” e “que não existe fora”. Então, o que entendemos de design é como enxergamos o lixo e como entendemos o significado de “jogar fora”.

A forma como percebemos as coisas pode transformar uma experiência de sofrimento em experiência de sabedoria. Toda transformação é um processo, e que começa começando. Não procrastinando porque é um processo. Sem fazer não será feito e, como consequência, os eventos extremos deixarão de ser eventuais, para ser cada vez mais comuns no “novo normal”.

Vou propor um exercício fácil à nova cidadania a todas as idas aos mercados: feiras, supermercados, padarias e mercearias:

  • Ecobag: Use-a. Simples assim. Não adianta comprar, ter várias fofas lindas e não usar. Quem nunca?
  • Evitar plásticos para pesagem: Frutas e legumes não precisam de sacos para serem pesadas. Vamos combinar que colocá-las direto no carrinho ou na ecobag não as deixarão mais sujas, nem mais pesadas.
  • Compras de grãos, sementes e pós de tempero a granel: Reutilize sacos de pano. Ou se preferir os saquinhos molinhos do plástico porque são leves, ok, só não jogar fora e reutilizá-los também. Grãos, sementes e pó são secos.
     

Um pensamento matemático que ajuda bastante: ou guardar 10 saquinhos na minha gaveta, ou jogar 10 saquinhos, multiplicando pelo número de vezes das compras, nos mares.

Seja a gota que forma e impulsiona novas ondas de comportamento na sociedade. Abra sua mente. Vença seus preconceitos.

Nossa Agenda é a Agenda Carioca pelos objetivos da Agenda Global 2030.

Foto: Designed by Bedneyimages / Freepik
Fotomontagem: @nucleoi

Claudia Girotti

Claudia Girotti é movida pela curiosidade, apaixonada pelo novo e a favor do ritmo da ação sustentável. É diretora de Marketing e Comunicação na Núcleo-i e busca sempre imprimir um olhar inovador sobre a vida. Para entrar em contato, mande um oi para [email protected].

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