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Livro ‘Cariocas Exemplares’ traduz o amor ao Rio pela visão de 12 personalidades

Por Alessandra Carneiro | Publicado em 5 de março de 2018

Fernanda MontenegroArlete nasceu no Campinho, ali pertinho de Vila Valqueire, e teve uma infância típica de subúrbio. Criada ao ar livre, ama feijoada – prato que ela define como “a cara do Rio” – e, mais de oito décadas e uma indicação ao Oscar depois, ainda garante que não sabe viver longe de sua cidade natal. “Sou uma carioca visceral. Tem algo que sempre me puxa para essa cidade”. Arlete, hoje com 88 anos e conhecida internacionalmente pelo seu nome artístico - Fernanda Montenegro - é uma das 12 personalidades escolhidas para contar histórias da Cidade Maravilhosa no livro “Cariocas Exemplares”, da jornalista e roteirista Beth Ritto. A ideia da obra foi reunir depoimentos de uma turma descolada e admirada pelos quatro cantos do país, e mostrar o olhar desses ilustres moradores sobre diferentes regiões da cidade. Do subúrbio de Campinho, aterrissamos para a Ipanema de Isabel, do vôlei, que sempre viveu pertinho da praia e fez das areias do bairro o seu escritório. Não muito longe dali, Paulinho da Viola relembra com nostalgia dos tantos carnavais passados em Botafogo, um bairro de sambista, como ele define. “Não tinha escola de samba, mas tinha blocos fantásticos”, afirma. “O Rio não acaba. Esse encanto, por maior que seja a violência, a corrupção, não acaba”, reforça o sambista. As dicas e histórias sobre a cidade são ilustradas com belíssimas fotos da dupla Vicente de Mello e Eurivaldo Bezerra e traz, ainda, depoimentos de Astrid Fontenelle, de São Cristóvão; Chico Müssnich, da Gávea; Taís Araújo, de Pilares; Nélida Piñon, de Vila Isabel; Zico, de Quintino; Ivone Caetano Ferreira, de Laranjeiras; Mariza Leão e Rafael Oliveira, do Flamengo. Lançado pela editora ID Cultural, o livro é um presente para o Rio. Ou para os cariocas exibirem, com orgulho, suas páginas na mesa de centro de casa. Ou até mesmo para aquele seu amigo de fora saber que o Rio descolado vai bem além de fotos na escadaria Selarón postadas no Instagram. Em uma época em que a cidade não anda com a imagem tão bem na fita, um resgaste à autoestima do carioca é sempre bem-vindo. É como a produtora cinematográfica Mariza Leão define: “O Rio de Janeiro é a locação do filme da minha vida”. Na verdade, de todos nós.

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