Arte & Cultura, Carioquices, Destaque
FikaConversas resgata troca de ideias e promove a humanização dos ambientes
Por Alessandra Carneiro | Publicado em 6 de dezembro de 2018

Uma boa conversa estimula a troca de experiências e o aprendizado, seja em família, em uma mesa de bar ou em uma reunião de trabalho. Longe das brigas acaloradas sobre diversos temas atuais que marcaram 2018, um debate saudável instiga a curiosidade e promove um ambiente que valoriza o coletivo. É essa ideia que o projeto FikaConversas, da administradora Tipiti Simonsen Barros, busca resgatar. A empreendedora, que trabalhou por 20 anos como relações públicas da H. Stern, sempre gostou de pesquisar as novas palavras e entender seus significados, percebeu que muita gente desconhece o significado de termos atuais e se sente desatualizada tanto com os anglicismos em voga no mercado hoje, como coaching, design thinking, coliving, e até com termos como empatia, empoderamento feminino, reprodução assistida ou transumanidade. Foi aí que surgiu o projeto, que mescla rodas de conversa contratadas pelo site fikaconversa.com.br com uma caixeta de palavras que pode ser adquirida on-line ou na Livraria da Travessa.
O nome vem do termo sueco Fika, que significa a pausa para o café, momento para trocar ideias e resgatar o convívio. "O mundo mudou rapidamente, estamos vivenciando uma revolução tecnológica, as pessoas vivem, se relacionam, trabalham e se comunicam de maneira diferente. Na esteira desta revolução várias palavras novas surgiram e outras já existentes ganharam novos significados, que podemos chamar de 'deslizamento semântico' ", diz Tipiti. O projeto ganhou forma com o apoio da jornalistaRoberta Rossetto, que escreveu os significados das palavras; e da designer e ilustradora Lia Barros, que deu cara à caixeta de palavras. "A primeira ideia foi fazer um guia de sobrevivência intergeracional, mas em seguida me veio a ideia da caixeta, mais informal e mais lúdica. Quando estava quase pronta, apresentei o protótipo para algumas pessoas e todos sugeriam que a transformasse em um jogo", explica Tipiti.
As rodas de conversa podem ser contratadas pelo site e têm sempre o suporte de um anfitrião, que conduz o debate e se certifica de que todos têm seu espaço para falar, enquanto os demais devem apenas ouvir. Elas podem acontecer em empresas, com seus colaboradores, por exemplo, e é uma maneira de aproximar pessoas e humanizar ambientes. A ideia também incentiva a convivência, estimula a escuta, e abre a mente para opiniões diferentes. Quem preferir, também pode apenas adquirir a Caixeta de Palavras (R$ 120), que contém 40 cartões com palavras e suas definições, além de um passo a passo de como conduzir uma boa conversa. "O interessante da caixeta e das sugestões que a acompanha é que, ao resgatar o código das boas conversas, falamos em fazer uma escuta ativa, ou seja, deixar o outro terminar seu raciocínio antes de intervir e aceitar diferentes pontos de vista. Pelo menos durante a roda estes combinados fazem parte do jogo, lembrando assim que divergências de pensamentos e opiniões diferentes fazem parte da conversa. Em tempos polarizados é fundamental lembrarmos estes códigos, e tentarmos difundi-los pois levam a melhor habilidade para evitar conflitos".