Bem-Estar
Mês do doador: o percurso da bolsa de sangue até o paciente
Por Antonia Leite Barbosa | Publicado em 21 de junho de 2017
No último dia 14 de junho foi comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue, uma homenagem mais do que justa para alguém que faz uma doação para salvar vidas. Mas o Brasil ainda tem muito a evoluir em doações. De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população doa sangue com regularidade, percentual que fica abaixo do ideal estimado pela Organização Pan-Americana de Saúde, de que pelo menos 2% da população doem para suprir as necessidades de sangue e outros componentes sanguíneos de um país. A boa nova é que, segundo dados do Ministério, em 2015 cerca de 1 milhão de voluntários doaram sangue pela primeira vez, ou seja, 38% do total das doações. O que serviu para encorpar o coro dos doadores, que teve mais de 1,6 milhão de pessoas, ou 62% do total, retornando para doar. Apesar das campanhas excessivas - e das insistências da jornalista que vos fala -, muitos ainda deixam de doar por medo, mas a doação é rápida e segura em função dos avanços das tecnologias de coleta e dos testes de diagnóstico in vitro, que garantem uma transfusão segura. O protocolo aplicado pelos bancos de sangue também é bastante definido. Antes da coleta o doador passa por uma entrevista de triagem clínica, na qual podem ser detectadas algumas condições adicionais que possam impedir sua doação. Um bom exemplo é o teste rápido de hemoglobina, feito com uma única gota de sangue, que serve ainda para te dar um norte sobre a sua própria saúde. Além disso, os hematologistas garantem que a doação garante ainda uma renovação celular saudável. Seu corpitcho agradece! Após a coleta, cada bolsa de sangue é testada para hepatites B e C, HIV, HTLV, Doença de Chagas e Sífilis. Além disso, é realizada a tipagem sanguínea ABO e Rh, bem como a pesquisa de anticorpos eritrocitários irregulares. Caso algum destes testes apresente resultado alterado, a bolsa de sangue será desprezada e o doador será convidado a retornar para a repetição dos exames. De toda forma, é sempre bom frisar que jamais se deve fazer uma doação de sangue apenas para receber o resultado dos testes, já que estes mesmos exames estão disponíveis na rede pública e particular de saúde, não apenas nos bancos. Os testes utilizados pelos bancos de sangue evoluíram muito ao longo dos anos. Os kits tiveram sua sensibilidade e especificidade aumentadas, além da redução da janela imunológica, garantindo que algumas doenças possam ser detectadas em um período menor após o contágio da mesma e, com isso, aumentando a confiabilidade dos testes. Para ser doador de sangue, basta ter entre 18 e 69 anos de idade e ter peso superior a 50 quilos. Pessoas entre 16 e 18 anos também podem doar, desde que autorizadas pelos pais ou responsáveis. De acordo com a diretriz do Ministério da Saúde, homens podem fazer quatro doações ao ano, com intervalos mínimos de 60 dias. Já para as mulheres recomenda-se até três doações ao ano, com intervalos de 90 dias. Além dos bancos de sangue independentes, a maior parte dos hospitais públicos e privados possui bancos de sangue próprios que estão sempre abertos a doadores.