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10 anos de jazz no labirinto: conheça a The Maze Rio
Por Antonia Leite Barbosa | Publicado em 1 de junho de 2016
Quando algum amigo que visita o Rio pede a boa do fim de semana, automaticamente calculo mentalmente de qual sexta-feira do mês estamos próximos. Se for a primeira, não há dúvidas: Jazz na The Maze! O hostel com pinta de labirinto fica na comunidade Tavares Bastos, no Catete, e é um projeto antigo do inglês Bob Nadkarni que, desde 1981, se dedica a oferecer uma experiência menos convencional de hospedagem para quem visita o Rio, e coleciona motivos para uma visita. A começar pela arquitetura divertida e vista privilegiada para a Baía de Guanabara, que já serviram de cenário para inúmeros editoriais de moda e ainda clipes de Snoop Dog e Pharrell Williams. Há quem diga que o labirinto circular preenchido por azulejos que formam mosaicos lembra o trabalho do arquiteto espanhol Gaudí - como não? -, mas o inglês garante que a construção é toda inspirada nas curvas e cores do Rio. E não é que faz sentido? De repente, os altos e baixos se encaixam perfeitamente com a vista para o Pão de Açúcar... O Jazz-de-cada-primeira-sexta-feira-do-mês, no entanto, foi o programa que colocou o espaço no radar dos cariocas. Em 2005, o anfitrião, que abandonou a carreira de jornalista para se dedicar ao negócio, deu início ao que viria a ser a noite dos MazeRunners. A princípio, ele mesmo improvisava a trilha sonora com um trompete junto dos músicos alemães, Wolf e Lennard Goebel, no sax e no órgão. Os amigos gostaram, o boca a boca se instaurou e, à pedidos, o programa entrou na agenda do albergue, onde permaneceu por redondos 10 anos completos neste mês de junho. Com o passar dos anos, o grupo se profissionalizou com o reforço da guitarra de Marcelo Pfeil - hoje o mais antigo entre os Runners - do vozeirão de Indiana Nomma, do flûgel horn de José Arimatea, do sax de Denize Rodrigues, do piano de Vanessa Rodrigues, da bateria de André Fróes, do contrabaixo de Aureo Luis, e, para fechar, do trompete do conterrâneo de Bob, Tom Ashe. Aliás, este merece um parêntese especial: o inglês é morador da favela Pereira Silva, onde conduz a ONG Favela Brass Band, projeto que fornece às crianças da comunidade a base musical para a leitura de partituras e manuseio de instrumentos de sopro. Com este formato, os Maze Runners figuram há cinco anos na lista dos 150 melhores lugares para curtir jazz do mundo da revista Down Beat Magazine. Que tal? Vale avisar, que desde então, outros burburinhos começaram a surgir no albergue de arquitetura divertida,A segunda sexta-feira do mês virou cativa da Festa Labirinto, quando o filho de Bob, Bruno Nadkarni, assume a trilha sonora abrindo espaço para novas bandas, clima informal, gente jovem, hambúrguer no cardápio e uma vibe diferente do Jazz. Já aos domingos, a dupla coloca para jogo seus dotes culinários servindo o Curry do The Maze. Mais um tempero interessante desta história bem sucedida: a mãe do inglês Bob, era indiana, e a culinária é até hoje presente na rotina da família, tanto que Bruno, carioca da gema, assume as caçarolas. Em tempo, o próximo curry acontece no Dia dos Namorados, vale ficar de olho na agenda por aqui!
Seja qual for a sua preferência musical, ou mesmo gastronômica, todos os caminhos levam ao The Maze. Se não, Uber e taxis levam, ou no pé da comunidade, van ou moto-taxis te dão uma mãozinha. Ah! E o cash é obrigatório na entrada. Não custa avisar, né? (por MARIANA BROITMAN)
THE MAZE RIO Rua Tavares Bastos 414, casa 66, Catete Tel.: (21) 2558-5547 Noites de Jazz: R$ 40 antes das 23h, R$ 50 depois Labirinto: R$ 20 Curry: R$ 54 antecipado e R$ 64 na véspera