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O lado B do restaurateur

Por Antonia Leite Barbosa | Publicado em 28 de junho de 2018

Primeiro, começou a mania de rabiscar as folhas de papel toda vez que falava ao telefone. Era um jeito de relaxar e de se concentrar durante as longas reuniões a distância. Em seguida, os desenhos típicos de cartoon foram parar em seu instagram pessoal. Daí para a venda de gravuras e exposições foi um passo. E assim o empresário do ramo gastronômico Paulo Ouro Preto descobriu e desenvolveu seu lado artístico. Investidor do grupo St. Marché, que inclui a filial brasileira do complexo gastronômico Eataly, o Empório Santa Maria, a rede de supermercados St. Marché e, mais recentemente no Rio, o restaurante italiano Ino., o carioca Paulo decidiu mergulhar de cabeça no recém descoberto talento quando retornou ao Rio após mais de uma década morando em São Paulo. Frequentou aulas de desenho e gravura do Parque Lage, muniu-se de tablets, canetas e papeis de algodão para as impressões em fine arts e começou a desenhar freneticamente. O que começou como um hobby logo se tornou um negócio paralelo. "Fiquei surpreso com a receptividade. Descobri esse lado artístico acidentalmente e hoje fico feliz em ver os meus desenhos na casa das pessoas ou emoldurados nas paredes", explica. Sem grandes pretensões, a primeira série que desenhou foi a de personagens baseados no universo infantil, de onde vem sua maior fonte de criatividade. "Meus filhos são minha maior inspiração. Desenho para eles", diz Paulo, que pendurou uma dessas séries feitas para as crianças nas paredes do Ino. "Toda noite eles me pediam para desenhar um animal diferente", conta. Com o tempo, os traços fortes, jovens e coloridos foram ficando cada vez mais elaborados e coloridos. O passo seguinte foi produzir uma série com a temática "praia", que chamou atenção da galeria Samba Arte, no Fashion Mall. "Me convidaram para fazer uma mostra junto com o lançamento de um livro de arte contendo três gravuras desta série. Vendemos 80% da exposição naquela noite", conta. Nesta mesma época veio o convite da loja de móveis Arquivo Contemporâneo para expor. "Eles têm uma curadoria incrível. Fiquei super lisonjeado. Tudo aconteceu muito rápido". Ainda bem que ele tem quem cuide como merece da parte comercial. Eu, Antonia, levei dois meses frequentando o Ino para fazer o link de que os interessantes e encantadores desenhos que decoravam as paredes eram dele. Muito simpático e acolhedor, mas super low profile quando se trata de divulgar sua arte. Foi pelas fotos dos trabalhos que Paulo posta nas mídias sociais que descobri sua faceta artista. E a ideia é não parar por aí. Paulo Ouro Preto quer se aprimorar cada vez mais e aumentar o alcance das suas obras com seus traços tão característicos e cheios de humor. "Quero continuar crescendo como artista, buscando inspiração ao meu redor, testando os limites, aperfeiçoando a minha técnica e, principalmente, continuar me divertindo através da arte".

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by mg studio