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Museu de Arte Moderna: mostra reúne instalações monumentais do acervo
Por Agenda Carioca | Publicado em 26 de julho de 2016
"Em Polvorosa" é o nome da nova mostra do Museu de Arte Moderna e, ao que tudo indica, é assim que o espaço vai ficar pelos próximos meses. A exposição da vez vai reunir os principais destaques do acervo e, pela primeira vez, apresentará um conjunto de instalações de artistas brasileiros para lá de irreverentes. (por MARIANA BROITMAN) Dezenas de pedaços de carvão flutuam no espaço. Enquanto o público percorre a instalação, podendo ser tocado ou marcado pelas peças, a fotografia de uma testemunha de uma chacina, encapuzada e cercada por microfones se encontra ao meio. Arrepiou? Essa é só uma das obras que te espera na nova exposição do MAM. "Fantasma", de Antonio Manuel é uma das mais destacadas de sua trajetória e já passou pela Bienal de São Paulo, pelo museu Jeu de Paume, em Paris, pelo Museu Serralves, em Portugal, e pelo Guggenheim, em Nova York até ser adquirida pelo Museu carioca em 2001, a partir do Programa Petrobras Artes Visuais. Em 2013, a mostra chegou a ser montada em um tamanho reduzido na exposição panorâmica do artista no Museu, mas a partir deste sábado, será vista em seu tamanho original como um dos destaques de um conjunto inédito de importantes instalações de artistas brasileiros. A coletânea traz obras interativas de José Damasceno, Waltercio Caldas, Adriana Varejão, Antonio Dias - “Poeta/Pornógrafo” da foto ao lado e de José Damasceno - “Marulho” - foto abaixo - , de Cildo Meireles, não vista no Rio de Janeiro desde sua primeira apresentação, no MAM, em 2002, e “Graphos 2” (1996), de Regina Silveira. Sob curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, a mostra vai ocupar todo o segundo andar do Museu, incluído o Salão Monumental, com o intuito de mostrar ao público a "joia arquitetônica que é o prédio do MAM", projetado em 1958 por Affonso Reidy. Até as divisórias do segundo andar foram retiradas, abrindo o espaço que, de um extremo a outro, tem nada menos que 123 metros de extensão. A primeira preocupação do curador foi a de escolher obras de qualidade inegável, que chama de highlights, como as de Pollock, Keith Hering, Brancusi, Lygia Clark e Hélio Oiticica. E, também, privilegiar artistas “muito conhecidos, mas pouco mostrados”, como Anita Malfati, com seus desenhos a carvão lindos, mas pouco vistos. As obras serão articuladas por aproximações estéticas e por épocas, com alas dedicadas aos anos 1920, com o modernismo, aos anos 1950/60, com o abstracionismo, o concretismo, o neoconcretismo, a nova figuração, e à arte contemporânea. Na entrada do segundo andar do Museu, estará um texto sobre a mostra e uma homenagem ao artista Tunga, falecido recentemente, junto ao seu trabalho que dá título à exposição, da série “Desenhos em polvorosa”, em pastel seco sobre papel, pertencente à Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM Rio. E numa abordagem inusitada, ao invés de textos explicativos, Cocchiarale optou por dar o contexto histórico do Brasil, para as obras de arte, por meio de fotografias dispostas em nove vitrines, de 1,70m cada, distribuídas pelo espaço expositivo. São registros do Brasil imperial, com nobres, escravos, etnográficos, do cotidiano, da vida política, ou ainda de grupos como garimpeiros, candangos e índios, de mais de 20 fotógrafos, como Franz Keller, Marc Ferrez, Martín Chambi, Walter Firmo, Milton Guran, entre outros. O programaço já pode entrar na agenda deste fim de semana: a exposição abre ao público no sábado, às 15h. Dá uma olhada no que você vê por lá! [gallery columns="4" ids="9450,9456,9460,9472"] EM POLVOROSA – Um panorama das coleções do MAM Rio De 30 de julho a 6 de novembro de 2016 Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro: Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo Ter. a sex., das 12h às 18h; Sáb., dom. e feriados, das 11h às 18h Ingresso: R$14,00 | Entrada gratuita às quartas-feiras a partir das 15h Tel.: (21) 3883.5600 www.mamrio.org.br