Abaixo a ditadura do "branquinho básico"! Há 22 anos trabalhando com roupas e acessórios, a estilista Claudia Guerra não tem medo de ousar quando o assunto é moda e cozinha. Quando o Checho Gonzales assumiu o Zaza Bistrô em 2001, foi ela a responsável pela jaqueta preta que arrematava o estilo arrojado e, como ela mesma diz, transadíssimo do chef. "Costumo dizer que foi ele quem lançou o preto como moda na cozinha. Foi tanto que a jaqueta Zimbro está em linha até hoje", conta. A San Chef nasceu ainda em 1994 como uma marca especializada em uniformes para a área de gastronomia da empresa. Quando ainda atenda por San Martin Uniformes, e se dedicava exclusivamente à proposta de criar uniformes para empresas, hotéis, escritórios e alguns restaurantes. Até hoje a linha corporativa está em cartaz, mas há alguns anos, ganhou companhia de linhas dedicadas à estudantes, aos pequenos cozinheiros e até uma linha de aventais confeccionados com material 100% reciclado. "Em 1999 o número de clientes da área de gastronomia começou a aumentar significativamente. Eles buscavam por uniformes profissionais de qualidade, vimos que essa era uma tendência que vinha para ficar, e que havia uma fatia do mercado que não estava sendo atendida. Foi então que criamos a marca, e só com o tempo fomos imprimindo um toque de design e saindo do tradicional, inserindo cores, estampas e modelos diferenciados", lembra Claudia. Desde que começou a abrir exceções em suas linhas clássicas para chefs como Checho Gonzales, viu sua lista de antigos clientes rumarem pelo mesmo caminho. Já vestiu nomes como Claude Troisgros, Roberta Sudbrack, Teresa Corção e Christophe Lidy com seus chapéus e calças estampados e dólmãs confeccionados em tecidos de alta qualidade, com cores e acabamentos especiais. E ela garante: foi o puro e simples boca-a-boca que colocou-a entre os grandes nomes da nossa gastronomia. Apesar de acreditar que o "branquinho" sempre terá o seu lugar, a lista de clientes estrelados SanChef rendeu ainda mais produtos diferentes. "Acredito que tudo está conectado à personalidade de cada profissional, não só as roupas, mas a forma como se trabalha com os alimentos e com os clientes é que identificam a linha de cada um. Os mais clássicos buscam conforto, aliado a aparência impecável, já os mais descolados querem algo que transmita sua personalidade nas roupas, mas não deixando de lado o conforto e a praticidade", explica.

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Pelas araras de seu ateliê na Zona Portuária, chamam atenção os modelos customizados e linhas inspiradas, como a do Rio de Janeiro, que traz aventais de cores sóbrias pintados à mão pelo artista plástico Cocco Barçante, conhecido por retratar ícones do cenário carioca, como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. A ala infantil, porém, brinca com cores vivas como vermelho, rosa, roxo e turquesa nos chamados dolmãs "caçulinhas". Tanta criatividade Claudia garante que vem da simples observação dos ambientes e comportamentos do mundo gastronômico. "A ousadia dos temperos e a diversidade de cores e formas que os chefs usam em seus pratos me inspiram a criar cada vez mais peças que possam compor todo esse universo. Minhas viagens são sempre um tempero a mais", conta. Chefs amadores e profissionais que quiserem um look adequado podem escolher tecidos e detalhes que tenham a ver com seu estilo, e bom ponto de partida pode ser o vasto acervo da marca. Em um belo casarão no Boulevard Olímpico, onde está desde 2005, a estilista expõe, além dos tradicionais dólmãs brancos e calças de pied poule, peças hypadas, como saiões, jaquetas jeans, faixa turbante, dólmãs bem coloridos, aventais em lona reciclada e eco bags para fazer a feira com muito estilo. Vale a pena programar uma visita na loja, onde a própria Claudia atende por horário marcado. Um must! (por MARIANA BROITMAN fotos LIPE BORGES) SANCHEF Av. Rodrigues Alves 179 em frente ao armazém 3 Horários pré-agendados de seg. a sex., das 9h às 18h Tel.: (21) 2223-2080