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Dicas para o Dia Nacional do Coquetel por quem mais entende do assunto: os bartenders
Por Alessandra Carneiro | Publicado em 18 de maio de 2024
Hoje, 18 de maio, se celebra o Dia Nacional do Coquetel, e ninguém melhor para dar dicas de onde beber os melhores drinks no Rio do que eles, os bartenders.
Mas antes vamos contar um pouco de história. A ideia desta data surgiu em Portugal em 2016, a partir de uma definição da Associação de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE) e da Associação de Barmen de Portugal para promover a história dos drinks, e logo foi seguida também pelo Brasil.
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A celebração acontece pouco depois do Dia Mundial do Coquetel, que é celebrado em 13 de maio. Em 1806, um pequeno jornal de Nova York usou pela primeira vez de forma oficial a palavra cocktail para se referir a drinks. Antes, era um termo que se referia a um cavalo que não era puro-sangue. Originada das palavras "cock tail" (rabo de galo, na tradução literal, que depois batizou um drink clássico), alguns animais originários de misturas de raças tinham a cauda para cima, como a de um galo. E um cocktail, ou coquetel em bom português, surgiu assim: de uma mistura de destilados com bitters e outros ingredientes a mais. Então vamos celebrar!
Chef de bar de um dos estabelecimentos mais premiados quando o assunto é drink (Nosso, em Ipanema), Daniel Estevan indica o Suru Bar, novo bar da Lapa de coquetelaria popular e cheio de bossa e samba. "Todos os drinques da casa são ótimos, mas o meu favorito é o Zé, feito com cachaça, cynar, mel, limão e hortelã". Essa também é a escolha da Laura Paravato, responsável pela gestão de bar do Grupo Pabu (Maria e o Boi, Baduk, Koba, Pabu Izakaya, Verso e Tasca Miúda). "O Suru é a parada quase obrigatória no caminho de volta pra casa, já que moro no Centro. O bar com estética popular acolhedora é comandado por dois grandes amigos de quem sou fã profissionalmente, Igor Renovato e Raí Mendes. Eu sempre faço a mesma tour: ou uma cerveja estupidamente gelada ou me rendo ao autoral da casa, o Zé", diz Laura.
O Suru Bar também é a preferência de Thiago Teixeira, chef executivo de bares do Brewteco, que não dispensa uma boa caipirinha; e do Pretinho Cereja, do Si-Chou. “O recém-inaugurado Suru Bar, com os drinks do Igor Renovato, ganhou meu coração. Por lá, gosto de beber o Zé, super refrescante”, recomenda Pretinho.
Já Thiago Teixeira aposta no Mas Quinado, feito de vinho quinado, morango e tônica cítrica. Outros bares que Thiago bate ponto para tomar um bom coquetel é o Bar do Trotta, onde cita o Bate-Bola (mistura de bebidas de botequim à base de cachaça) e a Marvada (batida de maracujá, gengibre e manjericão); e o Baixela: "vou lá tomar uma Jurubeba e a batida de doce de leite depois de comer um bom PF".
Tão citado pelos amigos de profissão, não poderíamos deixar de consultar Igor Renovato, sócio do Suru Bar junto com Raí Mendes. "Gosto de beber no bar Ponto da Galera, no Bairro de Fátima, ou ‘Remedinho’, para os íntimos. O que eu bebo lá, claro, é o Remedinho: cachaça com pau dentro, mel de gengibre, limão e São João da Barra. Já estive lá com alguns outros amigos bartenders, que consideraram ele o 'Penicillin brasileiro', pois tal qual o clássico temos a doçura do mel, acidez do limão, a picância do gengibre e o toque defumado”, diz Igor, que cita ainda o Manhattan como o seu clássico preferido. "A preferência vai mudando de acordo com nossas fases. Mas o Manhattan foi um dos primeiros coquetéis clássicos que me lembro de ter aprendido a fazer".
Já Paula Diniz, do Babbo Osteria, não dispensa o "Bloody Mirian" versão do Bloody Mary do Baduk Café e Bar, assinado por Laura Pavarato. "Como uma grande fã de Bloody Mary, sempre que posso saio a procura de algum achado pela cidade. No momento, estou viciada no Bloody do Baduk, receita da Laura Paravato, bem condimentado e do jeito que eu amo: Vodka com maceração de semente de coentro e suco de tomate temperado com cominho, pimentão desidratado, aleppo, alho e pimenta do reino e de guarnição um palitinho de sacanagem com picles da casa com ovo de codorna".
Alex Miranda, chef de bar do Ferro e Farinha, costuma ir a um clássico da boemia carioca após o seu expediente. "Como a maioria da galera que trabalha na noite, o Galeto Sat's é meu destino favorito para aproveitar após o trabalho. Frequento muito a casa e sempre peço caipirinha, com cachaça, claro, muita tabelinha no melhor estilo Bebeto e Romário, além do chopp com shot de cachaça Bem Me Quer Amburana. Outra opção que amo é o Cafezim, drinque com cachaça, vermute tinto e chá de hibisco com laranja”.
Fran Sanci, que assina cartas do Càm O'n, Rio Tap Beer e Bistrogro, também aposta em um clássico, mas da coquetelaria: o Liz Cocktails & Co, no Leblon, do premiado Tai Barbin. "Em bares assim, onde os bartenders são muito bons, eu sempre opto sempre pelos clássicos, sem preconceitos, dos mais refrescantes aos mais intensos".
Já a consultora de coquetelaria da nova Officina Local, em Botafogo, Marina Alice gosta de beber no Haru Sushi. "É na banqueta lá no cantinho final do balcão do Haru que começam encontros preciosos com meu querido Leonardo Santos, chefe de bar que me inspira e me desconecta do tempo do relógio. Aquela elegância e placidez de quem sabe que a beleza da transformação vai se talhando pela consistência nas pequenas coisas, dia após dia. Papos sempre deliciosos, assim como os coquetéis que ele prepara, incríveis em tudo: pesquisa, técnica, apresentação e serviço. Difícil escolher um favorito, entre os clássicos e autorais da carta, mas, como amante do vermute e do jerez, sempre acabo tomando a versão de Bamboo do Leo: vermute dry, sake, jerez manzanilla, licor de laranja, bitter de laranja e solução cítrica".