Arte & Cultura

Duas mulheres e um sonho: conheça quem está por trás da Arena Jockey

Por Alessandra Carneiro | Publicado em 14 de novembro de 2023

Quem vê a enorme estrutura da Arena jockey, que recebe grandes shows da música brasileira em novembro e dezembro, não imagina que por trás de sua concepção e da identidade visual do espaço estão duas jovens mulheres. Amanda Senna, de 28 anos, e Joana Pacheco, de 27 anos são amigas e sócias da Esfera JUÁ, agência carioca que oferece soluções em arquitetura, comunicação e design.

Com uma abordagem que combina criatividade, cultura e método, a Esfera JUÁ criou um espaço versátil e único para amantes de música, arte e cultura. São mais de 14.000m² que pretende receber até 120 mil pessoas ao longo dos 60 dias de festival no Jockey Club Brasileiro. Para a Arena, a agência criou formatos variados, como pista, teatro, camarote, e tudo em uma estrutura coberta e climatizada, bem no coração da zona sul carioca. Na área externa da tenda climatizada, um espaço de convivência com praça de alimentação, bares, e um pátio com vista livre para o Cristo, onde rolam rodas de samba comandadas pelo Pretinho da Serrinha.

LEIA TAMBÉM:
- Universo Spanta anuncia Xuxa, SPC com Alexandre Pires e mais

A seguir, confira o bate-papo com Amanda Senna e entenda um pouco mais como está a Arena Jockey:

Como surgiu a Esfera Juá?

A esfera JUÁ surgiu a partir de uma inquietacão nossa ao analisar a relação dos profissionais da arquitetura com o mercado criativo de forma geral. A falta de integração entre arquitetos, cenógrafos, designers, publicitários e comunicadores foi o ponto de inflexão para criarmos um ecossistema multidisciplinar que conjuga diferentes técnicas e profissionais criativos para conceber marcas, experiências e espaços que envolvam todos os sentidos. Em suma, a esfera JUÁ surgiu a partir da nossa crença de que, para lidar com as complexidades do futuro, precisamos pensar de forma multidisciplinar.

Qual o desafio de assumir, antes dos 30 anos, um projeto tão grandioso como o da Arena Jockey?

O maior desafio é colocar à prova nossa metodologia inovadora em um projeto tão grande e complexo sem a chancela de muitos anos de estrada. Mas, graças à confiança dos idealizadores do projeto e da equipe de produção, tivemos espaço para propor, testar e comprovar que a nossa forma de trabalho é eficaz e traz resultado para o back e frontstage.

Quais foram os seus principais desafios nesse projeto?

Conciliar as qualidades de um festival à ceu aberto e de uma casa de shows climatizada e acessível para criar um universo que é um híbrido entre os dois. Além disso, lidar com a concepção de uma estrutura efêmera, que se utiliza de elementos pré-fabricados, mas que, ainda assim, tem um caráter, uma intenção e que todos os elementos ali presentes seriam vistos ou experimentados por um volume de mais de 100 mil pessoas.

E, fora os desafios de concepção, estruturalmente, lidamos com questões técnicas complexas como a implementação de uma cozinha industrial e pisos e coberturas capazes de abrigar o público com conforto independente das condições climáticas.

Quais os destaq,ues principais desse projeto? O que vocês consideraram primordial para o conforto do público?

Sem dúvidas o destaque é a implantação da arena em relação à paisagem do Rio. Tomamos partido do privilégio de construir um espaço de cultura no meio do Jockey Club Brasileiro e trouxemos isso para a marca, o espaço e toda a cenografia. Todos os elementos gráficos da marca “Arena Jockey” trazem códigos da paisagem carioca pouco explorados: a vista aérea da pista do Jockey e padronagens que relembram o art déco da década de 70 na zona sul da cidade. Assim, todo o espaço é um lembrete para celebrar onde estamos: o coração da Zona Sul Carioca.

Quanto tempo demorou do desenvolvimento ao projeto pronto?

Foram 12 meses de concepção e um mês de montagem. Ou seja, 13 meses desde que a Arena era apenas uma ideia até a abertura de suas portas para o público.

A parceria de vocês é tanta que, além de sócias, ainda moram juntas. Como conciliar vida pessoal e profissional?

Acredito que o primeiro passo é nutrindo a relação que nos uniu desde o principio: a amizade. Nos esforçamos para termos momentos em que somos apenas duas jovens mulheres que são amigas. E, com os desafios da rotina, o que nos une é o nosso propósito de juntar mentes criativas para conceber experiências que sejam capazes de gerar impacto cultural e memórias boas no público que é impactado.

veja também

by mg studio