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Moinho encerra o mês da mulher no Blue Note Rio com repertório dedicado a elas
Por Alessandra Carneiro | Publicado em 29 de março de 2024
Foram mais de 30 shows de mulheres de todo o Brasil em março e o Blue Note Rio encerra neste sábado, 30, um mês todinho delas. Para abrir a noite, na sessão das 20h, o trio Moinho comemora seus 20 anos de estrada e enaltece o novo palco do Rio, que vai além do jazz que deu origem à casa nova-iorquina e hoje tem filiais espalhadas pelo mundo. "Essa versão carioca da marca Blue Note ganha muito com essa diversidade de gêneros musicais. O público da casa pode ter essa experiência de conhecer a música brasileira que é assim, plural", diz Lan Lanh em entrevista para a Agenda Carioca.
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A banda Moinho, composta por Emanuelle Araújo, Lan Lanh e Toni Costa, lança novo repertório com homenagem a Gal Costa, Rita Lee, Dona Ivone Lara, Elza Soares e Cássia Éller. Com duas décadas de estrada, o grupo nasceu de forma descompromissada, com Emanuelle Araújo, que tinha acabado de se mudar da Bahia para o Rio, convidando a percursionista Lan Lanh para tocar samba na Lapa. Juntas, passaram a compor e tocar um repertório que misturava o samba-reggae da Bahia com o samba-rock carioca. Logo depois, o guitarrista Toni Costa se uniu ao projeto formando o trio Moinho. "Foi tudo sem pretensão de nada, além de fazer um som . E assim seguimos até hoje, mas com a bagagem de quem já tem 20 anos de estrada, com discos, DVD ao vivo e hits conhecidos do nosso público fiel que sempre está lá fazendo história com a gente", acrescenta a percursionista.
O reencontro com o público vem com um repertório que homenageia grandes nomes femininos da nossa música, além de hits do trio, como "Esnoba". A apresentação também vai trazer uma nova música no repertório, “Sábado em Copacabana”, em homenagem a Dorival Caymmi. “Moinho nasceu de uma saudade da Bahia. E não dá para falar de saudade da Bahia sem falar de Caymmi, que foi uma referência para nós. Não só pelo batismo, pois o nome da banda veio da canção 'Moinho da Bahia', mas também por ter sido inspiração para a construir a base do nosso som e o repertório da nossa banda”, afirma Lan Lanh.
E o bairro, escolhido por Caymmi para viver os últimos anos de sua vida e hoje eterniza sua imagem em uma estátua no Posto 6, também tem sua história na trajetória da artista. "Morei em Copacabana logo que cheguei ao Rio, com 18 anos, com a minha banda Rabo de Saia. Nessa época, eu gostava de ir às feiras de rua e dançar na Mariuzinn, que nem existe mais. Hoje em dia vou no Amir, árabe da Praça do Lido, e adoro passear na Galeria River e no Bairro Peixoto, uma parte mais tranquila do bairro", completa.